Um renovado Auto...e o velho BotAUTO.

Após um longo período ausente da divisão Extra do campeonato paraibano, o Auto Esporte Clube enfim retornava a disputá-lo após 4 anos, tempos difíceis, aonde o clube lutava para sobreviver diante das perseguições da FPF e da falta de apoio para montar um time competitivo.

Em 1968, as tensões entre o Auto Esporte e a Federação foram parcialmente resolvidas, e o clube do povo pode enfim se inscrever para competir novamente, porém teve que iniciar o seu retorno através da divisão Mista de clubes, que era um campeonato paralelo á divisão Extra, organizado pela federação e que incluía os clubes de menor escalão do futebol paraibano, como Estrela do Mar, Íbis da Torre, Bando Azul, ABC de Jaguaribe, etc. Após uma brilhante campanha no 1º turno, o Auto Esporte Clube se sagrou campeão da 1ª Divisão Mista em 1968, garantindo seu retorno á divisão Extra em 1969.

Após o tradicional torneio Início, foi iniciado o paraibano de 69. Neste ano, a FPF criou duas chaves, a da capital, aonde os clubes da capital e do brejo jogariam entre si, e a do interior, com os clubes de Campina Grande e do sertão se enfrentando. No fim, os dois primeiros colocados de cada grupo se classificavam e haveria o cruzamento para definir os finalistas. Novamente, o alvirrubro se depararia com seus velhos adversários, o Santos, o União e o velho rival, o Botafogo de João Pessoa.

Logo na primeira rodada do campeonato, foi marcado um BotAUTO, domingo, dia 9 de Março de 1969, no estádio Leonardo da Silveira (Graça). Segundo consta, as torcidas compareceram em peso para assistir á peleja, principalmente se registrou a presença da torcida alvirrubra, vibrante e cheia de bandeiras, coloria em vermelho e branco toda a extensão da arquibancada por trás do gol.

A fanática torcida do Auto Esporte compareceu em peso naquela tarde de domingo, na Graça. Torcedores agitavam bandeiras no ar, cantando e incentivando o time o tempo todo.

Na foto, três jogadores do Auto Esporte, e na extrema direita, o árbitro, Genival Batista.

O jogo foi bastante equilibrado, com os ''volantes'' tomando o início das ações no 1º tempo. Logo aos 5 minutos de jogo, uma falta foi marcada para o Auto próximo da meta. O lateral Marcos Diniz foi para a cobrança. Ao cruzar a bola por cima da área, o goleiro Itamar do Botafogo saiu da meta para tentar se antecipar á bola, e acabou sendo encoberto pela mesma. Um frangaço na Graça! 1 x 0 para o Auto Esporte, sacudindo a torcida que estava logo atrás do gol. Depois disso, o Botafogo partiu desesperadamente em busca do gol de empate, e acabou conseguindo, aos 16 minutos por intermédio de Nininho, após passe de Dissor, terminando o 1º tempo com um empate em 1 x 1.

Começa o 2º tempo, e logo aos 3 minutos, em uma jogada entre Paulo e Jorge, este último chuta de longe, rasteiro, a bola passa pela defesa, bate na trave e entra, enganando Itamar. É o segundo gol do Auto Esporte.

A foto flagrou o exato momento em que o goleiro do Botafogo Itamar, tenta em vão alcançar a bola chutada por Jorge, batendo na trave, assinalando o segundo gol do Auto Esporte.

Após mais alguns minutos de partida, o time do Auto Esporte começou a apresentar visível cansaço, fazendo com que o treinador Antônio Américo tivesse que fazer algumas substituições. Aos 6 minutos, Zezinho cometeu falta boba no jogador do Botafogo Zito. Falta perigosa, que cobrada por Zezito, resultou no gol de empate do alvinegro. O goleiro Dorge, segundo consta, colocou apenas dois jogadores na barreira, permitindo que o jogador adversário se aproveitasse. 

No restante do jogo, o goleiro Dorge do Auto Esporte fechou o gol, e o clássico teve seu fim, com um empate de 2 x 2. O Auto reaparecia bem, empatando com o atual campeão paraibano, e mostrava que enfim tinha novamente um bom time á altura de seus adversários. 

O time do Auto Esporte que jogou naquela tarde de domingo na Graça: Dorge, Marcos, Diniz, Zezinho, Celso e Zé Roberto; Pedrinho e Paulo; Bicuco (Touro),  Paulo II, Jorge, e Batista. (Piaú). Detalhe para a presença da torcida Alvirrubra lotando a arquibancada mais atrás.