De 2012 a 2021: o que vi de lá para cá e para onde vamos.


As ''Minas do Auto'': nossa última alegria daquele 2019 inesquecível

 Vou contar para vocês uma História verídica acerca de minha experiência como torcedor do Auto. Eu "entrei de gaiato no navio" parafraseando os Paralamas em 2012, lembro bem no segundo semestre do ano. Ainda era novinho, sem muita noção do que era o futebol paraibano, da realidade local e das dificuldades do clube. Há muito, desde criança, eu torcia para um clube do Sul/Sudeste do qual confesso, ainda nutro grande amor e simpatia. 

Porém, em 2012 mudei minha visão do que é o futebol para sempre quando conheci o Auto Esporte e sua torcida vibrante. Eu frequentava os mesmos ambientes que eles, nos finais de semana quando nós íamos para o saudoso Carboni Bárbaro em Tambaú ou no Espaço Mundo no CH. Cerveja gelada, papo vai, papo vem, cânticos...era uma energia diferente de quem estava acostumado a ver futebol pela televisão o tempo todo. O estádio era uma coisa surreal para mim. As únicas experiências de estádio que eu havia tido quando criança tinham sido quando clubes do Eixo Sul/Sudeste vinham jogar na Paraíba.

Ou...confesso também, quando meu pai (que torce pela fotocópia do RJ), me levava ao Almeidão. E só. Do Auto, eu nada sabia. Do rival, era indiferente. O futebol paraibano para mim era indiferente...até conhecer o Auto Esporte e sua torcida. Uma torcida pequena, porém que tinha um jeito de ser e uma vibração inexplicáveis. Para eles, a vitória era um título, coisa que para outros clubes é ''só mais um jogo". Para o Auto Esporte, não. Todos os jogos eram uma decisão, cada ponto vale, cada minuto conta. 

Quando decidi que iria torcer para aquele clube, fui aconselhado a não fazê-lo. ''Se prepare, você vai sofrer...'' ''Aqui, é diferente...'' Realmente, ele estava certo. A ficha caiu logo nos primeiros anos. Entre 2013 e 2016, coincidência ou não, o Auto Esporte Clube conseguiu montar times que fizeram com que o clube depois de muito tempo, chegasse no "Quase". O Auto ganhava jogos seguidos, voltou a colocar muita gente nos estádios e começou a incomodar os ''tradicionais'' protegidos da Mídia e da Federação: não preciso citar os nomes, vocês sabem a quem me refiro.

Na minha ingenuidade, cometi o erro de querer criar uma ''rivalidade'' que não existia a muito tempo com os demais clubes. Isso provocou intrigas, inimizades por parte dos mais fanáticos do outro lado. Fui a programa de tv ao vivo defender o clube, disputava e divulgava nos espaços da internet, brigava e xingava (rs) me associei, viajei até São Paulo para ver a estréia do clube na Copa SP de Futebol Júnior...sem contar as caravanas para outros estados para ver o clube, a inesquecível caravana contra o Alecrin de Natal, as idas a Campina, "no clima europeu da borborema", como a gente brincava. 

O baque veio, o time caiu para a série B do paraibano, e nem assim, a torcida desistiu: fomos até Sapé, apoiamos o time de cima de um ônibus pq o MP nos proibiu de entrar e a PM nos expulsou de dentro do estádio...e o time não correspondeu ao apoio. No mesmo ano, tivemos uma redenção: Formamos um time para disputar a modalidade Feminina do Futebol. Reuni novamente os companheiros que ainda abatidos pela não-volta à elite do futebol, estavam desacreditados e cabisbaixos e com toda a razão. Apoiamos as meninas incondicionalmente, fomos a Campina Grande, a Cruz do Espírito Santo, assistimos jogos em todos os lugares...e elas levaram a Taça. Nosso 1º Paraibano de Futebol Feminino. De forma épica e invicta, disputaríamos uma série B de brasileiro. Foi lindo. A pandemia de 2020 infelizmente, impediu a continuidade de nossos projetos. Mas...é assim mesmo. A quantidade de experiências que vivi junto a este clube não caberia nesta postagem. É muito mais...tem muito mais. 

O Auto Esporte Clube me ensinou uma lição muito importante: que títulos, taças, conquistas são o menos importante, são apenas a consequência de um trabalho bem feito e das boas energias que uma torcida apaixonada como a nossa pode proporcionar. O Auto Esporte é gigante, é Eterno, é do Povo, é do Proletários. E ai de quem nos desmerecer...só vivem de momento, de títulos, não conhecem o que é o Futebol de verdade. No final, o que ficam são as boas lembranças, da galera, do dias de jogos, das viagens...Lamento no presente momento não poder ter o direito de acompanhar o meu time do coração, o time que escolhi torcer, por determinação de gente que não faz a mínima ideia do que é torcer ou o que é o ser torcedor. Infelizmente, o futebol paraibano é orientado administrativa e judicialmente por gente que está lá, mas não faz ideia do que está fazendo. 

Gente que só quer saber de dinheiro, de poder, que abaixa a cabeça para a primeira determinação que vem de cima, mesmo que seja ruim para o futebol local. Precisamos de mais pessoas que defendam o futebol paraibano. Precisamos de mais Torcedores de verdade. 

Que saudades de ver o meu Auto Esporte jogar! 


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